DICA POLI OESTE - ABRIL

DICA POLI OESTE - ABRIL

Índices que precisam ser observados na sua fazenda

Por Cristiano Panis, (Médico Veterinário), nutricionista na Poli Oeste.

O cenário da produção de leite passou por grandes mudanças nos últimos anos, com muitos produtores mudando de atividade ou reduzindo o seu rebanho, sem esquecer das grandes oscilações do preço.


O desafio na produção de volumosos, para alimentação dos animais, aumentou muito, principalmente pelas condições climáticas e surgimento de pragas e doenças, ocasionando a diminuição da quantidade e qualidade produzida. Tais fatores, como os climáticos, não possuímos domínio, portanto, para melhorar os resultados precisamos agir sobre os aspectos e situações que podemos controlar.


Desta forma, coletar dados é fundamental para conhecer a situação atual da propriedade e a situação produtiva e sanitária do rebanho, podendo assim, estipular metas a curto, médio e longo prazo.


Saiba quais índices devemos observar ao longo do processo produtivo:


Índices de qualidade do leite: além de ser critério para pagamento do leite, é um excelente indicador do estado de saúde dos animais, pois um leite de boa qualidade somente é produzido por animais saudáveis. As informações de Gordura, Proteína, Lactose, ESD (extrato seco desengordurado) e ST (sólidos totais do leite) são fornecidas pelas indústrias, e são fundamentais para identificação de possíveis alterações metabólicas nos animais, além de contribuir na tomada de decisão para elaboração das dietas.


Índices reprodutivos: hoje a parte da reprodução é um dos grandes desafios dentro das fazendas leiteiras.
Além dos índices acima, precisamos ficar atentos aos seguintes indicadores:


· Dias em aberto (dias vazios);
· Intervalo entre partos;
· Dias pós-parto no primeiro serviço (primeira cobertura);
· Número de serviços por concepção;
· Comparação entre o intervalo entre partos atual e o intervalo entre parto projetado;
· Taxa de detecção de cio (estro).


Estes indicadores são de suma importância para análise junto ao Veterinário da reprodução e com o Nutricionista, discutindo e definindo uma meta para a fazenda, com base nestas informações, é possível elaborar um planejamento de rebanho durante o ano. Tendo isso bem claro, conseguimos fazer um bom planejamento alimentar, mesmo que o clima impacte na produção dos volumosos, conseguimos manter o plantel bem nutrido tornando-o rentável.


Hoje sabemos que a alimentação dos animais está diretamente ligada com a rentabilidade da atividade, na média a nutrição do rebanho representa entre 30 à 50% do custo da produção de leite. O que determina ser mais ou menos rentável, é a qualidade e oferta dos alimentos, índices reprodutivos e ambiente que os animais se encontram, esses fatores têm correlação direta com a eficiência alimentar, em resumo quanto menos o animal comer para produzir um litro de leite melhor.


Analisando o impacto da nutrição no custo de produção, temos a seguinte pergunta: qual é meu custo com alimentação para produzir 1 litro de leite?
Esta informação é muito importante e, para isso, temos um indicador chamado RMCA (receita menos custo alimentar), ou seja, quanto uma vaca entrega de receita com venda do leite, menos o custo com a alimentação.


Exemplo: vamos imaginar que preço do litro de leite seja R$ 2,50, e, uma vaca produz 30 litros, tendo um custo de alimentação de R$ 29,50 por dia. Qual será o RMCA?


Receita: 30 litros x R$ 2,50 = R$ 75,00
Custo alimentação: R$ 29,50
RMCA: R$ 75,00 - R$ 29,50 = R$ 45,50
Ou seja, 38% da receita da vaca é gasto com alimentação.


Lembrando que precisamos estar atentos a essa informação, pois ela está diretamente relacionada a rentabilidade da fazenda. O ideal é sempre buscar trabalhar com custo alimentar menor que 50% da receita, sendo quanto mais baixo melhor.


Além disso, precisamos ter cuidado para reduzir este custo, não necessariamente precisamos trabalhar com produtos mais baratos, mas procurar encontrar melhores estratégias para cada rebanho e sistema de produção, adequando o nível tecnológico dos produtos para conseguir melhorar a eficiência alimentar e assim melhorar o RMCA.


Quer saber mais sobre o assunto ou precisa de um suporte voltado à nutrição e desempenho produtivo do animal, entre em contato com a gente.

Proibida a reprodução integral ou parcial desta matéria, sem autorização prévia. Poli Oeste. Edição - Abril 2024