DICA POLI OESTE - JUNHO

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Casqueamento em vacas leiteiras e seus impactos no bem-estar e desempenho produtivo do animal

Por Ismael Reckziegel, Técnico em Agropecuária na Poli Oeste

Para manter a produtividade e garantir o bem-estar dos animais, é necessário compreender um pouco mais sobre o seu comportamento, afinal, muitas enfermidades podem ser observadas antecipadamente, evitando maiores problemas.
 
Nesta matéria, vamos abordar uma das alterações relacionadas ao casco das vacas leiteiras, afinal, existem inúmeras alterações que podem ser observadas, como é o caso do crescimento excessivo, feridas, desgastes anormais e bicheira. Todos esses problemas geram estresse ao animal, que consequentemente diminui a ingestão de alimentos, perde peso e reduz a produção de leite. Por isso, é importante que você fique atento aos primeiros sinais das doenças, entre os principais podemos destacar:
 
Claudicação
Manqueira
Relutância na locomoção
Deformação dos cascos afetados
Incapacidade de permanecer em estação
 
Uma das formas de evitar as doenças de casco é o casqueamento e, para iniciar, precisamos entender que um dos objetivos do casqueamento é prevenir doenças de casco em animais estabulados ou mesmo mantidos em piquetes, considerando que os cascos têm por finalidade a sustentação e a locomoção animais.
 
Um estudo publicado no Journal of Dairy Sciense, realizado por N.K. Cook, R.L. Mentink, T.B. Bennett e K. Burgi, mostrou dados importantes sobre o estresse térmico e a claudicação de vacas leiteiras. Este estudo, acompanhou 20 vacas holandesas multíparas alojadas em Free Stall durante o verão. 
Por filmagens sucessivas, observou-se as mudanças de comportamento dos animais conforme ocorreram as mudanças na temperatura e umidade do ambiente, o que nos possibilitou observar atividades como deitar, ficar em pé, beber água e comer.
 
A medida que o THI aumentava, aumentou também o nível de estresse e o tempo das vacas deitadas diminuiu de 10,9 horas para 7,9 horas por dia. Este fato ocorreu no período diurno, onde a temperatura ambiente foi maior. O tempo que as vacas ficaram em pé no corredor aumentou de 2,6 horas para 4,5 horas por dia e as vacas com problemas maiores de casco ficaram maior tempo em pé nas camas. Além disso, variou muito o tempo de ingestão de comida e a ingestão de água aumentou.
 
As perdas de produção de leite por lesões nos cascos situam-se, nos casos graves, em cerca de 20% da lactação. O estresse causado pode também influenciar negativamente na reprodução, com redução da ocorrência e observação do cio e da taxa de concepção. Por tudo isso, nos sistemas de produção de leite em confinamento, o casqueamento é tido como atividade fundamental de manejo.
 
A ocorrência e a incidência dos problemas de cascos estão relacionadas a diversos fatores, entre eles, os relacionados ao animal (como a conformação e imunidade, por exemplo), ao ambiente em que são mantidos (instalações, pisos, corredores, tipos de cama, etc.), à nutrição que recebem, às condições de manejo, entre outros.
 
Reduzir o aparecimento das lesões do casco e a incidência no rebanho é possível através da realização do casqueamento preventivo.
Cuidar do bem-estar dos animais é de extrema importância e possui interferência direta com o seu desempenho, por isso, fique atento ao comportamento do seu rebanho e haja sempre de forma preventiva.
 
Para saber mais sobre bem-estar animal, entre em contato com nossa equipe.
 
Proibida a reprodução integral ou parcial desta matéria, sem autorização prévia. Poli Oeste. Edição - Junho 2024